Nokia E72, 5530 Xpress Music

A Nokia anunciou hoje dois novos modelos, o E72 e o 5530 Xpress Music, que como de praxe começam disponíveis apenas na Europa, mas logo devem chegar ao Brasil.

Como o nome sugere, o E72 é uma atualização para o E71, que tem sido um dos carros-chefes da Nokia desde que foi lançado ano passado e é justamente o aparelho que tenho aqui em cima da mesa.

Tanto o layout básico quanto as especificações continuam basicamente os mesmos, mas o E72 trás uma série de atualizações menores:

A mais visível delas é o layout do teclado, que passou a ser igual ao do E62, com duas teclas a mais, porém com a barra de espaço espremida. Você pode notar a inclusão de uma tecla "Syn", que dispara uma função de sincronismo via bluetooth com o PC (que deve estar rodando o Nokia PC Suite).

A tecla central do touchpad assumiu a função de mini-touch-pad, incorporando um sensor óptico similar ao encontrado no Samsung Omnia e foi incorporado um magnetômetro (função de bússola), que melhora a precisão do GPS.

O conector do fone foi substituído por um conector de 3.5 mm (engraçado como os fabricantes resolveram adotar os conectores de 3.5, só depois que os fones de 2.5 mm se tornaram comuns…) e uma função e lanterna, também herdada do E63.

As principais mudanças estão na parte do software, com a atualização para o S60 3ed. FP2, que oferece um desempenho um pouco melhor, melhorias nos aplicativos de comunicação e suporte a atualizações de firmware através da rede (FOTA), eliminando a necessidade de usar o PC.

O segundo lançamento é o 5530, uma espécie de versão de baixo custo do 5800 Xpress Music, que usa uma tela menor (apenas 2.9", mantendo a mesma resolução de 640×360) e elimina o GPS e o suporte a 3G (sim, isso mesmo, sem suporte a 3G em um aparelho lançado em junho de 2009!), em favor de um preço de lançamento de apenas 200 Euros:

Apesar das limitações, ele pode ser uma boa opção para ouvir músicas, assistir vídeos (a tela wide dos modelos com o S60 5ed. é realmente muito melhor que a dos com tela QVGA) e navegar usando a rede Wi-Fi. Ele pode vir a fazer sucesso aqui no Brasil caso as operadoras consigam vendê-lo a um preço competitivo.

A boa notícia é que o E72 é o sucessor direto do E71 dentro da linha, o que deve fazer com que os preços dele caiam nos próximos anos, conforme a Nokia veja a necessidade de limpar o inventário. O E63 (que é o modelo de baixo custo dentro da linha) tente a também cair um pouco de preço, mas não de forma tão expressiva, já que ele já tem um preço bem mais baixo que o E71, pelo menos na Europa.

Um dos fatores que determinam os preços dos aparelhos no Brasil (além das taxas e da boa vontade das operadoras) é a flutuação da cotação do Euro em relação ao real na época em que os aparelhos são importados.

O E71, por exemplo, chegou ao Brasil em uma época em que o Euro estava com uma cotação favorável, por isso acabou sendo lançado por R$ 999 nos planos pré-pagos, mais barato do que na maioria dos países da Europa, onde ele custava 399 Euros. O E63, por outro lado, chegou na época da alta, por isso acabou sendo vendido por R$ 1099, mais caro que o E71, muito embora o preço original fosse bem mais baixo.

Depois que os estoques iniciais acabaram, o E71 subiu de preço, indo para R$ 1299, o que acabou deixando os preços em uma ordem mais lógica. Como de praxe, estes valores "cheios" raramente são um bom negócio, já que as operadoras oferecem os mesmos aparelhos por valores muito mais baixos em conjunto com a assinatura de algum plano.

No outro extremo temos aparelhos como o N95, que por já ter dois anos de idade e já ter sido descontinuado, pode ser encontrado por preços bem mais baixos (R$ 599 em algumas lojas). Ele já está um pouco defasado em relação aos modelos atuais, mas continua sendo um excelente aparelho.

O lançamento de novos modelos é uma boa notícia, pois empurra para baixo os preços dos modelos anteriores e faz com que muita gente troque de aparelho, criando boas oportunidades para comprar um aparelho de segunda mão.

Do outro lado da moeda, temos os chineses, que sempre aproveitam para criar imitações dos modelos populares. Depois da chuva de imitações do N95, temos agora também algumas imitações do E71:

Eles são uma espécie de conto do vigário, onde pessoas simples compram achando que estão levando vantagem, quando na verdade estão sendo passados para trás.

O melhor exemplo disso foi um comentário postado pelo "Luis" no post sobre os aparelhos made in china:

"embora esses aparelhos não tenham muitas funções como os originais, convenhamos, são uma otima alternativa para os que não podem adquirir por exemplo um iPhone ou um HTC!
eu mesmo tenho um mas, por acidente o seu touch screen rachou!!
aproveito a deixa pra perguntar se conhecem ond eu possa comprar o mesmo, (embora os aparelhos sejam "descartáveis", R$ 600 pesam um pouco no bolso)"

Ele mostra um caso realmente peculiar, onde ele pagou R$ 600 por um aparelho cujo touchscreen rachou (sintoma de baixa qualidade de construção) e ainda assim o considerou uma "ótima alternativa" e está preparado para gastar mais R$ 600 (já totalizando 1200 no total) em mais um, uma atitude de "mulher de malandro" que é realmente difícil de entender.

Mesmo desconsiderando a baixa qualidade geral, a grande incidência de defeitos a falta do teclado QWERTY e a câmera de "8 Megapixels" (que na verdade usa um CCD de webcam, com interpolação via software), as especificações desta imitação do E71 são muito diferentes, com a falta de suporte a 3G (eles são limitados ao GPRS para tráfego de dados), o uso de uma versão recauchutada do MTK OS em vez do S60 (o que além do conjunto bem diferente de funções, elimina a compatibilidade com os softwares) e assim por diante.

Apesar disso, a popularidade deles entre as camadas menos informadas mostra um filão que não está sendo bem aproveitado pelos fabricantes, que é o de aparelhos com suporte a dois chips simultâneos, vendidos sem vínculos com as operadoras. O receptor de TV analógica parece ser também um diferencial importante para muitos, embora a qualidade da recepção em veículos em movimento seja realmente muito ruim e a programação da TV aberta deixe bastante a desejar.